terça-feira, 7 de julho de 2009

"Desfile de moda não serve para nada", diz Didier Grumbach


REBECA DE MORAES - colaboração para a Folha Online
A crise econômica vai mudar a maneira de se fazer moda no mundo, segundo o presidente da Federação Francesa da Cultura, do Prêt-à-porter, dos Costureiros e dos Criadores de Moda e da Câmara Sindical da Alta-Costura, Didier Grumbach. Ele esteve em São Paulo para uma palestra que deu o pontapé inicial à programação da São Paulo Fashion Week.
Durante a explanação, o francês falou sobre sua experiência na moda europeia. "Tudo é vendido na imprensa de moda internacional. Hoje, as grandes revistas vendem seu espaço editorial para as grandes casas de moda. Assim, haverá um momento em que não será mais necessário desfilar, pois todas as considerações serão feitas antes, sob encomenda", afirmou Grumbach.
Para ele, a crise econômica deve apontar novos caminhos para a moda. Entre eles, o uso da internet, incentivando a venda de roupas onde ela de fato seja possível. "A internet precisará ser usada para divulgar bem as coleções, pois é lá que o público está."

Quando o assunto foi moda brasileira, Grumbach disse que, no exterior, o país é muito bem visto em "tudo que está vinculado a sol, esporte, praia e Rio de Janeiro". Ele citou ainda o processamento do jeans e o couro, mas passou a bola para Paulo Borges, diretor do São Paulo Fashion Week --e agora também do Fashion Rio--, explicar os motivos. "Estou dizendo isso [sobre jeans e couro] pois ouvi alguém falando sobre o assunto, não conheço bem. Mas Paulo sabe dizer melhor do que eu."
Da primeira fila do teatro da Livraria Cultura, onde aconteceu a palestra, Borges disse que a indústria do couro no Brasil já produz em grande escala para o mercado global, com etiqueta de quem encomenda o produto. "A moda praia também é um ponto forte do nosso país. Porém, precisamos ainda descobrir como usar a mão de obra aliada ao design e à criatividade", disse.
"Para se sobressair no exterior, uma marca brasileira não pode parecer brasileira, tem que desaparecer com qualquer detalhe étnico. As marcas precisam ser globais, não brasileiras ou francesas", pontuou Grumbach.

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