quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

PESQUISA, CRIAÇÃO E ESTILO : TIM BURTON

Romeu e Julieta, 1981-1984, caneta, marcador e lápis de cor sobre papel (30.5 x 40.6 cm), de Tim Burton (desenho para um projeto não realizado, de adaptação da história escrita por Shakespeare, com uma massa de mar e uma de terra como o casal do título. Foto: Reprodução

NOVA YORK - O Balzac esculpido por Rodin em 1898, que ocupava o lugar de maior destaque no lobby do Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York, cedeu o posto ao balão inflável de um menino de 6,5 metros de altura, cabeçorra azul e olhos arregalados. A cabra de bronze criada por Picasso em 1950 divide a parte mais ampla do jardim interno do museu com o topiário em forma de alce que enfeitava a entrada do castelo de Edward Mãos de Tesoura. Às vésperas de lançar Alice no País das Maravilhas, seu 15º longa, e presidir um dos mais prestigiados festivais internacionais de cinema, o de Cannes, Tim Burton, o menino malucão do surrealismo pop americano, compartilha o panteão de grandes nomes das artes visuais ao ser homenageado com a primeira exposição de seus trabalhos feita por um museu.
A carreira de Burton deslanchou com As Grandes Aventuras de Pee Wee (1985), seguido por Os Fantasmas se Divertem (1988), Batman (1989) e Edward Mãos de Tesoura (1990). Na última seção da retrospectiva, Beyond Burbank, além de centenas de desenhos e textos dele para preparação desses filmes (de Alice, há apenas um estudo para o personagem da Rainha Vermelha) e de outros que ele dirigiu ou produziu, estão peças de figurinos e objetos como o carrinho de bebê do Pinguim de Batman - O Retorno (1992), a blusa de angorá usada por Johnny Depp em Ed Wood (1994), cabeças decepadas de Marte Ataca (1996) e bonecos animatrônicos de A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005). Completam essa última parte desenhos e textos para projetos como o do livro ilustrado de poesias para crianças The Melancholy Death of Oyster Boy and Other Stories, de 1997, e modelos pintados à mão da coleção de brinquedos Tim Burton’s Tragic Toys for Girls and Boys, que ele criou em 2003.
Honrado pela reverência à sua obra, no livreto que acompanha a retrospectiva lembra que, até a adolescência, o único museu onde pôs os pés foi o de cera, em Hollywood. Em Burbank, se não ocupasse seu tempo vendo TV, filmes de monstros ou desenhando, ia brincar no cemitério. Quando começou a frequentar museus de arte, achou que eles tinham um clima semelhante ao daquele playground. "Não de um jeito mórbido. Ambos têm atmosfera tranquila, introspectiva e, mesmo assim, eletrizante."
Depois do MoMA, entre junho e outubro a retrospectiva será exibida no Australian Center for the Moving Image, em Melbourne, seguindo de lá para o Canadá, com exibição entre novembro deste ano e abril de 2011 no Bell Lightbox, em Toronto. O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) anunciou que pretende mostrar a retrospectiva dos filmes dele ainda este ano ou no início de 2011 no Rio e, talvez, também em São Paulo.
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,moma-reverencia-o-surrealismo-pop-de-tim-burton,508249,0.htm

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi

Parabéns pelo blog!

Abraços

Postar um comentário

Obrigada

um abraço,
jo