sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

ESTUDO DO CORPO: CONSTRUÇÃO IMÁGÉTICA: Teatro da Vertigem leva Kafka

"No primeiro dia em que subi no balancim, falei: 'desce, desce'. Deu um frio na barriga... Deu... vertigem", diz Pardal, ator do Teatro da Vertigem. O nome do grupo nunca foi tão preciso quanto no novo trabalho, "Kastelo. "
A estreia oficial, que seria na sexta, foi remarcada para quinta-feira (4), por conta do tempo instável. É que a peça acontece na parte externa do edifício. Os atores se deslocam em balancins e o público assiste de dentro do prédio. Em caso de chuva forte, a sessão será cancelada.
Esse "palco" suspenso não é surpresa. Desde a estreia, o grupo se apresenta em locais não convencionais, como o rio Tietê ("BR-3"). "O Castelo", de Kafka, serviu de inspiração para a dramaturgia, assinada por Sergio Pires e Evaldo Mocarzel, cujo mote é a rotina de uma corporação. "Hoje, os castelos são envidraçados. Todos estão do lado de fora, pensando que estão inseridos. Mas você só vê o seu reflexo", diz a diretora Eliana Monteiro.

Por conta da iluminação, os atores não enxergam a plateia, vendo apenas suas imagens refletidas. O isolamento acaba sendo mais cruel que a vertigem.

Nome: Teatro da Vertigem Data de Nascimento: 1991
Ocupação: O grupo desenvolve um processo colaborativo na construção da dramaturgia e leva a cena teatral para lugares não convencionais . Formação Acadêmica: Com direção de Antônio Araújo, já trabalhou a partir de textos de Fernando Bonassi, Gilles Deleuze, Sérgio de Carvalho, Luís Alberto de Abreu e Bernardo Carvalho, entre outros. Primeiro grupo a representar o Brasil no Festival Internacional de Teatro Anton Tchecov, em Moscou.
Apresentou-se em países como Chile, Portugal, Colômbia, Alemanha, Polônia e Dinamarca
Em 2005, foi convidado pela associação cultural LOT para fazer uma intervenção em um prédio desocupado no centro de Lima, no Peru
Cena de "BR-3", espetáculo apresentado em locais não convencionais, como o rio Tietê.
Experiência Profissional:
1991 - Estreia "Paraíso Perdido", encenada na igreja Santa Ifigênia, em São Paulo
1995 - O premiado "O Livro de Jó" ocupa o hospital Humberto Primo com interpretação primorosa do então jovem ator Mateus Nachtergaele. O grupo ganha fama nacional e internacional
2000 - "Apocalipse 1,11" encerra a chamada "trilogia bíblica", com uma intervenção no antigo presídio do Hipódromo
2006 - O grupo cria "BR-3", que é apresentada no rio Tietê. No ano seguinte, a peça é retomada na baía de Guanabara, no Rio
2008 - O grupo assina a encenação da ópera "Dido e Enéas", de Henry Purcell, em um galpão do Teatro Municipal, utilizado para guardar cenários e figurinos


Kafka ( foto 1)  e o grupo paulistano já se apresentou no antigo complexo presidiário do Carandiru e no poluído Rio Tietê (foto 2 ).

Sesc Avenida Paulista - av. Paulista, 119, Bela Vista, região central, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3179-3700. 80 lugares. Estreia. 4/2. Qui. a dom.: 21h. Até 14/3. Ingr.: R$ 5 a R$ 20. Estac. (R$ 7 por quatro horas)

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