segunda-feira, 7 de setembro de 2009

PESQUISA, CRIAÇÃO E ESTILO - MODA E LITERATURA 2009.2




Ana Paula, Carla, Débora, Francelino e Mariana Siciliano
Moda - 3° semestre noturno

Balzac e a Costureirinha Chinesa – Dai Sijie
O resumo do livro "Balzac e a costureirinha chinesa", de Dai Sijie.

Integrantes do grupo:

Para realizarmos o projeto “Moda e Literatura”, desenvolvido pela professora Jô, escolhemos o livro “Balzac e a Costureirinha Chinesa”, de Dai Sijie, nascido na China, em 1954, cujo enredo é autobiográfico.

A história se inicia quando Daí e seu amigo Luo eram adolescentes, tinham entre 17 e 18 anos. Estamos falando da época do governo de Mao Tsé-tung, onde as universidades foram fechadas e os ‘jovens secundaristas’, ou seja, que tinham um pouco mais de conhecimento foram obrigados a serem re-educados por camponeses pobres, isto é, uma forma de proibir qualquer tipo de acesso à cultura e informação.

Ao chegarem, são recebidos com certa desconfiança pelas pessoas, mas os conquistam e encantam por possuírem um violino, e por Dai saber tocá-lo. Foram submetidos a trabalhos pesados, durante horas seguidas, sem direito a descanso, muitas vezes passando próximo ao humilhante, mas começam a ganhar a confiança do chefe da aldeia, e como eles sabiam ler e escrever, começaram, a mando do mesmo, a freqüentar a cidade para que Luo pudesse assistir filmes e contá-los depois aos moradores da aldeia. E foi lá que os dois amigos ficaram sabendo da ‘princesa’ da montanha Fênix Celestial, uma costureirinha chinesa, cujo pai era o costureiro mais famoso da cidade. Porém, com o passar do tempo, acabam se conhecendo, ficam amigos e no final das contas, os dois amigos se apaixonam pela costureirinha.

Um dia, Luo e seu amigo descobrem que Quatro-olhos (um antigo amigo em comum dos dois, que também estava sendo re-educado) escondia debaixo da cama uma valise secreta, cheia de livros, despertando assim uma curiosidade muito grande nos dois.

Quando estavam prestes a descobrir que livros eram esses, ficam sabendo que Quatro-olhos iria embora, pois sua mãe tinha arranjado um emprego para o filho.

Bolam então um plano, Luo, o amigo e a costureirinha, para que, durante a ‘festa’ de despedida roubassem a valise. Plano feito e concretizado, fogem da casa de Quatro-olhos com um tesouro em mãos: livros, muitos livros, todos proibidos na época, e é aí que se deparam com um livro de Balzac, autor francês de uma história de amor e milagres. Depois de lerem, o amigo de Luo resolve ir contar a historia à costureirinha, a fim de torná-la mais culta, mas antes disso, grava em seu único casaco o trecho que mais lhe agradou do livro.

O tempo passa, e as mensagens existentes nos livros que estavam na valise abrem os olhos dos meninos, para coisas que antes passavam despercebidas, como amor, sexo etc. Com isso, Luo e a costureirinha, apaixonados, passam a ter relações sexuais, escondidos, num lago próximo à aldeia.

Certo dia, Luo recebe um telegrama da cidade, o que o faz passar um mês fora da aldeia, e então ele resolve pedir ao amigo para que ele fosse o ‘guardião’ da costureirinha na sua ausência, temendo que alguém fizesse algo contra ela, já que ela era a moça mais bela de toda a montanha. Sendo assim, Luo partiu e todos os dias seu amigo ia até a casa da costureirinha, passava o dia com ela, contava histórias, a ajudava em seus afazeres, e depois retornava à sua aldeia.

Um dia, a costureirinha, em prantos diz ao amigo que estava encrencada, que suas regras não vinham há dois meses, e naquela época, as chances de uma garota de 18 anos ser mãe solteira eram nulas, era completamente proibido e os jovens só poderiam se casar após os 25 anos, por isso tamanho sofrimento.

Dai não pensou em outra coisa, foi à cidade à procura de algum médico, mas ele sabia que seria muito difícil, pois ninguém iria cuidar de uma mãe solteira. Em desespero, passou alguns dias por lá, até de descobriu um médico, e como seus pais também eram da área da saúde, pensou que então eles pudessem se conhecer. Foi atrás do tal médico, tentou se aproximar de alguma forma e lhe contou o que estava acontecendo.

Uma semana depois, no dia marcado pelo médico, a costureirinha foi disfarçada de uma mulher de aparentemente uns 30 anos, e entrou na sala de operações, enquanto ele ficava lá fora, no corredor durante aproximadamente três horas, já que Luo ainda não tinha retornado. Era uma menina, disse o doutor, após realizar na costureirinha um aborto. Em troca, Dai lhe daria dois livros que estavam guardados na valise.

Três meses após o aborto, três meses em que Luo já estava de volta à montanha, após tantas coisas já vividas, aqueles jovens já não eram os mesmos. A Costureirinha, que antes era tímida e inocente, costurava peças íntimas como um sutiã, e havia tomado pra si uma obsessão em tornar-se parecida com as moças da cidade. Agora, a longa trança negra que era amarrada por uma fita vermelha não existia mais. Estava em seu lugar um cabelo bem curto, na altura das orelhas, fazendo com que ela se parecesse com uma adolescente moderna. Anunciava-se assim a morte da doce camponesa.

Numa manhã de fevereiro, o pai da costureirinha foi dar a notícia aos rapazes: A menina havia partido. Luo num ato de desespero saiu correndo atrás dela, até que após uma corrida de três ou quatro horas a silhueta da Costureirinha se deixou aparecer: sentada num rochedo, de cabelos curtos e sapatos brancos, ficou imóvel, e ficaram ali, os dois, ela e Luo, em silêncio a se olhar. Pulou do rochedo, e de repente, sem que Luo pudesse fazer algo contra, disparou numa corrida, como um pássaro que descobre pela primeira vez a doce sensação de voar.Balzac havia feito com que ela compreendesse que a beleza de uma mulher não tem preço.

E assim, a costureirinha partiu.

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