Os computadores de vestir estão a caminho rapidamente, graças à miniaturização da eletrônica. Sua utilização para a construção de roupas capazes de monitorar a saúde das pessoas, contudo, vem enfrentando um entrave sério: o desenvolvimento de sensores capazes de captar nossos sinais vitais.
Agora, pesquisadores de várias universidades européias, reunidos em torno do projeto Biotex, conseguiram avanços importantes na fabricação de tecidos inteligentes - os chamados e-tecidos.
Os biossensores incorporados ao novo e-tecido são capazes de analisar os fluidos corporais e fornecer informações importantes sobre a saúde da pessoa, viabilizando o chamado monitoramento contínuo da saúde.
Roupas inteligentes
Para desenvolver os novos biossensores - ultra-miniaturizados, flexíveis e reutilizáveis - os pesquisadores tiveram antes que descobrir técnicas de sensoriamento bioquímico capazes de coletar as informações sobre a saúde através da análise dos líquidos corporais em quantidades minúsculas.
Já existem diversos biossensores capazes de analisar fluidos corporais humanos - sangue, suor, saliva etc. - em busca de sinais de doenças. Mas, além de serem equipamentos grandes, eles têm o inconveniente de utilizarem insumos descartáveis. Mesmo que fossem miniaturizados, eles não atenderiam as necessidades de uma roupa inteligente, que deve fornecer informações inúmeras vezes, sem necessidade de que o usuário compre outra roupa.
Exames de fluidos corporais
"O tecido é uma unidade de sensoriamento e processamento, adaptável para utilizar diferentes fluidos corporais e compostos bioquímicos. No mínimo, algumas análises bioquímicas básicas poderam complementar as medições fisiológicas que já podem ser monitoradas. Em algumas circunstâncias, as análises fluídicas podem ser a única forma para se obter informações sobre o estado de saúde de uma pessoa," explica o Dr. Jean Luprano.
As medições fisiológicas a que o Dr. Luprano se referem são dados como o ritmo cardíaco, a temperatura e algumas outras medidas que podem ser obtidas por meio de sensores comuns, já disponíveis no mercado, e já incorporados em algumas roupas para atletas.
Um dos maiores desafios encontrados pelo projeto Biotech foi projetar os biossensores de forma que eles pudessem operar com quantidades mínimas de fluidos - não faria sentido se a roupa funcionasse apenas quando a pessoa se exercitasse ou se ferisse. Outra dificuldade era fazer com que os fluidos chegassem até os sensores.
Sangue, suor e lágrimas
Uma das saídas encontradas foi o desenvolvimento de um biossensores iônicos, capazes de medir as concentrações de sódio, potássio e cloretos em amostras de suor. Foram desenvolvidos também um sensor capaz de medir a condutividade do suor e outro capaz de indicar por cores o seu pH.
Um imuno-sensor, que pode ser integrado não apenas na roupa, mas também em bandagens e curativos, consegue detectar a presença de proteínas específicas no organismo por meio da análise dos fluidos presentes no ferimento.
Oxímetro
O biossensor de oxigênio faz o mesmo trabalho dos oxímetros, aparelhos destinados a medir a concentração de oxigênio na corrente sangüínea. Ele opera por meio de uma técnica chamada oximetria reflectiva.
Um conjunto de fibras ópticas plásticas ilumina uma grande área do tórax da pessoa, coletando de volta as luzes de cor vermelha e infravermelha e enviando as informações para o oxímetro incorporado na roupa.
Para capturar as quantidades mínimas de suor emitidas pelo corpo em atividade física normal, os cientistas utilizaram uma combinação de fios hidrofílicos e hidrofóbicos, construindo canais capazes de coletar o suor das axilas antes que ele vaporize e levá-lo até os sensores.
Fonte: Roupas inteligentes utilizam biossensores para monitorar estado de saúdeFonte:
Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br
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