segunda-feira, 5 de abril de 2010

Mobilidade sustentável em debate na FrançaProjeto estimulou ideias de design inovadoras

Para entender de design, não basta apenas ter conhecimento técnico, mas também estar profundamente inserido no contexto cultural em que se atua. Pensando nisso, a Escola de Design Unisinos e a Ensad (Ecole Nationale Supérieure des Arts Décoratifs) firmaram uma parceria que resultou em encontros realizados em Paris, entre os dias 12 e 19 de março. A iniciativa contou com a participação de pesquisadores, professores e alunos.
Entre os conferencistas estavam o filósofo Xavier Guchet, que refletiu sobre técnica e tecnologia, Virginie de Chassey, responsável pelo setor do desenvolvimento sustentável da Peugeot-Citröen, e os designers Gidéon Loewy e Cédric Carles.
Uma das atividades foi fazer com que os participantes desenvolvessem soluções para o tema “Slow Motion e Mobilidade Sustentável”. A discussão foi pautada pela questão da ética no design.
A partir do briefing, os alunos projetaram cenários e soluções. O grupo que obteve melhor resultado, segundo avaliação dos professores, trabalhou a ideia da reutilização da energia gasta pelo corpo ao realizar movimentos. Para tanto, desenvolveram dispositivo com um dínamo e um kit que permite armazenar a energia usada na pedalada dos ciclistas, para aquecer água e recarregar baterias, por exemplo. Além disso, também pensaram na instalação de jardins comunitários dentro das cidades para o cultivo de plantas medicinais, chás e aromatizantes, com o principal objetivo de unir as pessoas. Ali, os ciclistas teriam também a possibilidade de descansar.

Outra equipe pensou na substituição do asfalto de algumas ruas de Paris por areia de praia, além de um transporte individual, confortável e não poluente sobre trilhos. O 3º grupo desenvolveu caminhos para pedestres, e o 4º idealizou papéis de parede cuja tecnologia permitiria que fossem sensíveis à temperatura e, consequentemente, à aglomeração de pessoas. O calor acionaria nanosdispositivos do material, que poderia se transformar. Usaram o exemplo das galerias do metrô, em que o papel poderia ganhar o aspecto de rachaduras nas paredes, dando uma sensação desagradável e, com isso, estimulando o desejo de ir para a superfície e buscar luz natural.

Por fim, o último grupo projetou um módulo de escritório que poderia ser adaptado ao interior de um trem, avião, navio ou outro meio de transporte, para que executivos pudessem aproveitar o tempo de deslocamento para trabalhar.
A 2ª fase do projeto deverá ser realizada em Porto Alegre (RS), entre os dias 4 e 11 de junho. Os trabalhos selecionados no evento serão apresentados em outubro, na Bienal do Design de Saint-Etienne, e em novembro, em um colóquio em Seul (capital do design 2010).
                                 Fotos: Unisinos/Divulgação - Paula Visoná

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