Para entender de design, não basta apenas ter conhecimento técnico, mas também estar profundamente inserido no contexto cultural em que se atua. Pensando nisso, a Escola de Design Unisinos e a Ensad (Ecole Nationale Supérieure des Arts Décoratifs) firmaram uma parceria que resultou em encontros realizados em Paris, entre os dias 12 e 19 de março. A iniciativa contou com a participação de pesquisadores, professores e alunos.
Entre os conferencistas estavam o filósofo Xavier Guchet, que refletiu sobre técnica e tecnologia, Virginie de Chassey, responsável pelo setor do desenvolvimento sustentável da Peugeot-Citröen, e os designers Gidéon Loewy e Cédric Carles.
Uma das atividades foi fazer com que os participantes desenvolvessem soluções para o tema “Slow Motion e Mobilidade Sustentável”. A discussão foi pautada pela questão da ética no design.
A partir do briefing, os alunos projetaram cenários e soluções. O grupo que obteve melhor resultado, segundo avaliação dos professores, trabalhou a ideia da reutilização da energia gasta pelo corpo ao realizar movimentos. Para tanto, desenvolveram dispositivo com um dínamo e um kit que permite armazenar a energia usada na pedalada dos ciclistas, para aquecer água e recarregar baterias, por exemplo. Além disso, também pensaram na instalação de jardins comunitários dentro das cidades para o cultivo de plantas medicinais, chás e aromatizantes, com o principal objetivo de unir as pessoas. Ali, os ciclistas teriam também a possibilidade de descansar.
Outra equipe pensou na substituição do asfalto de algumas ruas de Paris por areia de praia, além de um transporte individual, confortável e não poluente sobre trilhos. O 3º grupo desenvolveu caminhos para pedestres, e o 4º idealizou papéis de parede cuja tecnologia permitiria que fossem sensíveis à temperatura e, consequentemente, à aglomeração de pessoas. O calor acionaria nanosdispositivos do material, que poderia se transformar. Usaram o exemplo das galerias do metrô, em que o papel poderia ganhar o aspecto de rachaduras nas paredes, dando uma sensação desagradável e, com isso, estimulando o desejo de ir para a superfície e buscar luz natural.
Por fim, o último grupo projetou um módulo de escritório que poderia ser adaptado ao interior de um trem, avião, navio ou outro meio de transporte, para que executivos pudessem aproveitar o tempo de deslocamento para trabalhar.
A 2ª fase do projeto deverá ser realizada em Porto Alegre (RS), entre os dias 4 e 11 de junho. Os trabalhos selecionados no evento serão apresentados em outubro, na Bienal do Design de Saint-Etienne, e em novembro, em um colóquio em Seul (capital do design 2010).
Fotos: Unisinos/Divulgação - Paula Visoná
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